sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Mors Liberatrix / Mors Amor


Mors-Liberatrix

Na tua mão, sombrio cavaleiro,
Cavaleiro vestido de armas pretas,
Brilha uma espada feita de cometas,
Que rasga a escuridão, como um luzeiro.

Caminhas no teu curso aventureiro,
Todo envolto na noite que projectas...
Só o gládio de luz com fulvas betas
Emerge do sinistro nevoeiro.

- «Se esta espada que empunho é coruscante
(Responde o negro cavaleiro andante),
É porque esta é a espada da Verdade:

Firo mas salvo... Prostro e desbarato,
Mas consolo... Subverto, mas resgato...
E, sendo a Morte, sou a liberdade.» 


Mors-Amor

Esse negro corcel, cujas passadas
Escuto em sonhos, quando a sombra desce,
E, passando a galope, me aparece
Da noite nas fantásticas estradas,

Donde vem ele? Que regiões sagradas
E terríveis cruzou, que assim parece
Tenebroso e sublime, e lhe estremece
Não sei que horror nas crinas agitadas?

Um cavaleiro de expressão potente,
Formidável, mas plácido, no porte,
Vestido de armadura reluzente,

Cavalga a fera estranha sem temor:
E o corcel negro diz: "Eu sou a Morte!"
Responde o cavaleiro: "Eu sou o Amor!"



Estou fatigado de ter de lidar comigo mesmo, estou fatigado do espelho olhar de volta, estou fatigado de não mostrar as minhas cores a quem devia ver. A quem devia ver, sofrer, recuar, fugir, desaparecer...

Inércia aprisionante, letargia apaixonante...
Sinto o tempo a passar sem ele passar por mim...
A mente viaja por sitios onde nunca estive, nunca quero estar e nunca estarei... No entanto, um dia foram meus, nem que por um segundo.

O nove de espadas brilha à minha frente, está envolta nas frias chamas da angústia... Nove é o teu dia, nove é a tua carta, nove vidas ainda me esperam...

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